O legal design existe para simplificar o direito, fazendo com que qualquer usuário compreenda os processos jurídicos sem dificuldade.
O mercado jurídico já não é mais o mesmo desde que as novas tecnologias revolucionaram a forma de trabalhar da advocacia, exigindo que os profissionais pensassem em soluções inovadoras para os novos desafios que surgiram.
Junto a essa transformação digital do universo jurídico, foi desenvolvida a metodologia de legal design, uma técnica da advocacia 4.0 usada para a resolução de problemas com foco especial nas necessidades dos usuários.
Com a combinação de design, tecnologia e direito, essa metodologia faz com que advogados trabalhem em parceria com seus clientes, buscando soluções que atendam mais eficazmente às demandas jurídicas do público.
Se você ainda não se beneficiou das vantagens desse sistema, recomendamos que leia este artigo! Vamos ensinar tudo que você precisa saber para aplicar o legal design na sua rotina, atraindo cada vez mais resultados para seu escritório! Confira:
O que é o legal design? e o visual law?
Por serem técnicas recentes e em desenvolvimento, é comum que muitos advogados tenham dúvida quanto aos conceitos e utilidades do legal design e do visual law na gestão dos escritórios de advocacia.
Ambas as metodologias surgiram com o propósito de deixar o universo jurídico mais acessível às pessoas. São soluções tecnológicas capazes de transformar o relacionamento com o cliente em uma experiência simples, única e personalizada.
Contudo, vale destacar que esses termos não são sinônimos e cada um irá impactar no trabalho da advocacia de forma diferente. Para te ajudar a diferenciá-los, vamos destacar algumas especificidades entres eles, saiba mais na sequência:
Qual é a diferença do legal design para o visual law?
Com tantos conceitos técnicos e conhecimentos específicos, era preciso pensar em alternativas que simplificassem os serviços jurídicos para pessoas leigas no assunto. Foi assim que ocorreu o desenvolvimento do legal design.
Por meio da aplicação dos princípios e elementos do design, ele existe para melhorar os produtos e documentos da advocacia, fazendo com que qualquer usuário compreenda a mensagem ao entrar em contato com eles.
Muito mais que aplicar recursos visuais para deixar os serviços mais atraentes, é uma forma de investigar e solucionar problemas, com empatia e colaboração, levando em conta, antes de tudo, a experiência dos clientes como ponto norteador.
Enquanto isso, o visual law é uma subárea específica do legal design limitada ao propósito de deixar a informação jurídica mais compreensível com a inserção de elementos visuais (vídeos, infográficos, fluxogramas e outros recursos).
Qual o objetivo da aplicação do legal design e do visual law?
Se ao ler as descrições acima você pensou que o legal design e o visual law eram apenas ideias abstratas, saiba que essas metodologias foram desenvolvidas para impactar a advocacia na prática, trazendo uma nova forma de executar os serviços.
Na verdade, o que elas querem é exatamente tirar essa intangibilidade do direito para que as pessoas passem a compreender melhor como acontece cada um dos processos realizados pelos escritórios de advocacia.
Desse modo, elas constroem procedimentos mais centrados nas necessidades do ser humano do que na idealização defendida pelos livros do universo do direito.
Por exemplo, ao contratar serviços jurídicos, é normal que as pessoas não saibam como eles serão executados pelos advogados. Com a aplicação do legal design, os profissionais podem fornecer uma cartilha ilustrativa que explique cada etapa do trabalho aos clientes, solucionando esse problema da falta de informação.
Quais os benefícios?
O comum da advocacia é que os profissionais assumam um caso por vez, apresentando o resultado final após um tempo. Durante esse período, eles mantêm a comunicação com os clientes, enviando relatórios e tirando as dúvidas.
O propósito do legal design é transformar esse fluxo de trabalho tradicional, aproximando os profissionais do seu público em busca de soluções mais alinhadas às reais necessidades dos usuários.
Para isso, os advogados precisam compreender toda a “jornada dos consumidores” para conseguir estabelecer estratégias mais eficientes de captação de clientes e garantir uma experiência de sucesso ao público.
Desse modo, o legal design contribui de diversas formas para a humanização da advocacia, o acesso à justiça e a aproximação dos clientes aos profissionais. Outros benefícios são:
- Solucionar problemas com mais agilidade: com as técnicas de legal design, é mais fácil entender as situações, fazendo com que os resultados também sejam alcançados mais rapidamente.
- Entregar serviços focados no cliente: compreender as prioridades dos consumidores é uma das bases do legal design. aqui, a comunicação precisa ser clara, transparente e objetiva.
- Melhorar a atuação profissional: por meio de um sistema colaborativo, é possível propor melhorias nos processos internos e nas estratégias.
- Desenvolver novos produtos e serviços: a clareza oferecida pelo legal design pode incentivar a criatividade dos advogados, fazendo com que eles pensem em produtos/serviços inovadores para desafios comuns.
- Implementar melhorias: além de criar seus próprios processos, os escritórios que usam legal design estão mais abertos à inovação trazida por outros negócios, como as lawtechs e legaltechs.
Cuidados ao investir em legal design
Se você ficou interessado nas vantagens que o legal design pode gerar no seu escritório e está com planos de implementar essa metodologia na sua empresa, saiba que esse é um caminho que precisa ser trilhado com atenção.
Para evitar que esse processo se torne um problema, ao invés de uma solução, elaboramos um passo a passo com os principais pontos que você deve observar ao inserir o legal design na sua rotina jurídica. Saiba mais na sequência:
1. Entenda qual o objetivo que você possui
Antes de tudo, defina o motivo que torna importante para seu escritório de advocacia aplicar o legal design na hora de prestar seus serviços jurídicos ou na gestão do seu negócio.
Sem estabelecer a forma como a técnica será utilizada, você corre o risco de traçar planos que ficarão apenas no papel, sem atingir os efeitos concretos que você almeja para sua empresa.
2. Qual o maior gargalo da sua advocacia hoje?
Não faz sentido acrescentar ferramentas na estrutura do seu escritório se não for para que elas tragam melhorias ao trabalho desenvolvido pela sua equipe.
Para isso, você precisa ter clareza dos pontos que ainda são falhos na sua atuação. Eles precisam ser os primeiros a receberem as novas técnicas do legal design. Quem sabe assim você não consegue aperfeiçoá-los.
3. Como o legal design pode te ajudar nessa tarefa?
Aplicar o legal design no seu escritório exige uma mudança de mentalidade de toda a sua equipe. Por isso, reúna os colaboradores para repensar nas práticas que vocês costumam fazer, traçando novas maneiras de realizar os serviços.
Essas transformações não devem corresponder à eliminação da forma tradicional de executá-las, mas sim do desejo de construir processos mais inteligíveis a todos.
Mudanças que podem ocorrer em cada etapa do seu fluxo de trabalho, da elaboração de um contrato online a ações para fidelizar os clientes do seu escritório de advocacia.
4. Sem uma boa gestão, dificilmente você terá resultados expressivos com o legal design
O legal design foi desenvolvido com o intuito de deixar seus processos ainda mais bem estruturados, mas como acrescentar essa metodologia em um negócio que ainda nem estabeleceu seu fluxo de trabalho? De nada adiantará!
Se essa é a situação da sua empresa, então saiba que sua prioridade agora deve ser organizar a gestão do seu escritório, ao invés de focar em inovações, como o legal design.
Vale destacar que, ao fazer isso, você também deve considerar outras tarefas que não são essencialmente jurídicas, mas que sejam importantes para o ciclo da sua empresa, por exemplo, as responsabilidades administrativas e financeiras.
Só assim você terá noção de quais tarefas ainda precisam de melhoria, podendo ser aprimoradas pelas técnicas de legal design.
Cases práticos de aplicação de legal design e visual law
Para exemplificar esse processo da inserção do legal design em rotinas jurídicas, vamos trazer três casos práticos de empresas que já passaram por esse experimento.
A primeira delas é a Tenessee Alliance for Legal Services que criou um checklist online para constatar se as pessoas têm ou teriam risco de sofrer problemas legais, já orientando as ferramentas para ajudá-las caso o resultado fosse positivo.
O questionário é simples e intuitivo, fazendo com que o próprio cliente entenda melhor os seus problemas e as suas soluções possíveis. É uma forma de aproximação do cliente ao universo do direito.
O outro caso é do Instituto de Arbitragem da Finlândia que utilizou conceitos do legal design para otimizar sua ferramenta digital de arbitragem. O trabalho verificou quais informações eram importantes e como elas deveriam ficar disponíveis.
Outras empresas, como o Nubank e o C6 Bank, passaram a enviar um resumo “sem juridiquês” dos seus termos de uso para que o público entendesse melhor o que realmente estavam contratando.
Como começar a utilizar o design na advocacia?
Para utilizar o legal design, é preciso apenas de criatividade. Talvez, uma simples mudança nos processos internos do seu escritório já trarão resultados significativos para o seu negócio.
O importante sempre será a coragem para dar o primeiro passo. Na sequência, trouxemos informações importantes para quem quer inovar na sua empresa, usando o legal design, mas ainda não sabe por onde começar. Confira:
Quais investimentos você precisa fazer
Não pense que a aplicação do legal design já começa a partir das ações práticas desta metodologia na sua rotina. Antes de tudo, você deve aprender sobre os princípios que norteiam essas técnicas para saber realmente do que se tratam.
Aos poucos, você vai perceber que o legal design não é uma tecnologia que exige altos recursos. Ele é um processo de melhoria e o principal ponto é você ter esse desejo de entregar sempre a melhor informação aos seus clientes.
Por isso, ela pode atender às demandas do fluxo de trabalho de profissionais diversos, desde os advogados freelancers às grandes corporações jurídicas.
O que você precisa aprender sobre visual law e legal design
Vale destacar que quando falamos de visual law e legal design não estamos nos referindo apenas ao lado estético do seu trabalho, mas em maneiras de simplificar os processos da sua empresa, tornando-os ainda mais úteis.
Por isso, qualquer atividade que envolva essas metodologias precisa ser estabelecida a partir da experiência dos usuários. Só assim você vai elaborar produtos ou serviços que realmente tenham funcionalidade para as pessoas.
Então, o contexto humano será sempre o centro de desenvolvimento dos processos que utilizem o legal design ou o visual law.
Quais são as etapas para aplicação dessas técnicas ao direito?
Para dar início às ações de legal design ou visual law no planejamento estratégico do seu escritório de advocacia, a primeira questão que você deve observar é: qual é a dificuldade dos seus clientes com os seus serviços hoje?
Essas técnicas existem exatamente para simplificar a vida dos usuários ao terem contato com o universo jurídico, então se elas não cumprem esse propósito inicial, sua aplicação será em vão na estrutura do seu negócio.
Depois disso, é momento da sua equipe fazer um diagnóstico de como as suas práticas são realizadas na atualidade, pensando nas possíveis melhorias que podem ser acrescentadas pelo legal design para que elas atinjam a excelência.
Ao final, você terá várias sugestões de como modificar seus processos, deixando-os mais claros para os usuários. Para saber a eficácia de cada uma delas, teste aos poucos essas possibilidades.
Materiais complementares e cases para se aprofundar no tema:
Aqui na Freelaw já disponibilizamos conteúdos extras em diferentes formatos sobre esse tema para você aprender ainda mais sobre o legal design, antes de levá-lo ao cotidiano do seu escritório de advocacia. Os principais links estão abaixo:
Episódio 80 do Lawyer to Lawyer
No episódio 80 do “Lawyer to Lawyer”, você pode entender mais sobre os detalhes da metodologia do legal design e sua importância para o direito na conversa com o advogado Erik Nybo, especialista em inovação e tecnologia.
Episódio 29 do Lawyer to Lawyer
Já no bate-papo do episódio 29, o foco é descobrir como dados, propósito, criatividade e legal design podem ser combinados para gerar melhores processos na advocacia. O convidado é o advogado Christiano Xavier.
Episódio 43 do Lawyer to Lawyer
Enquanto isso, na conversa do episódio 43, você escuta dicas práticas do designer Leonardo Sathler de como inserir as técnicas de legal design nas demandas do mercado jurídico.
Aula 20 do Curso Online da Freelaw no Youtube
Mas, se você prefere aprender por meio de conteúdos em vídeo, assista a aula 20 do Curso Online da Freelaw. Neste módulo, vamos trazer várias informações importantes que vão tirar todas as suas dúvidas a respeito do legal design.
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