#5 De Mato Grosso para o Mundo! c/- Monika Hosaki

Você conhece o instagram Advogando para Startups? Gabriel Magalhães, entrevista Monika Hosaki Silvino. Advogada com atuação focada em startups.
Capa do Podcast com Monika Hosaki.

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Você quer inovar e não sabe como?

Já pensou em advogar para startups?

Você conhece o instagram Advogando para Startups?

No episódio #5 do Lawyer to lawyer, o podcast da Freelaw, Gabriel Magalhães, entrevista Monika Hosaki Silvino.  Advogada com atuação focada em startups.

Se você se interessa pelo assunto, não pode perder!

Monika Hosaki Silvino

É advogada com atuação focada em empresas de tecnologia, Startups, e Inovação. Bacharel em direito pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), especialista em Direito Empresarial pela PUC/SP e Direito Digital pela FGV Law. Empreendedora e autora do instablog @advogandoparastartups.

Gabriel Magalhães

É um dos fundadores da Freelaw e o Host do Lawyer to Lawyer. É bacharel em Direito pela Faculdade Milton Campos. Possui formação em Coaching Executivo Organizacional, pelo Instituto Opus e Leading Group. Possui formação em Mediação de Conflitos, pelo IMAB, e em Mediação Organizacional, pela Trigon e pelo Instituto Ecossocial.

Possui certificações em Inbound Marketing, Inside Sales e Product Management pelo Hubspot, RD University, Universidade Rock Content, Gama Academy e Tera, respectivamente.

Escute o episódio em seu player de áudio favorito e leia o resumo do episódio abaixo que conta com todas as referências citadas durante a gravação.

Monika – Prazer estar aqui com vocês, obrigada pelo convite, Gabriel. Acompanho a Freelaw há algum tempo. Me lembro de um dia que mandei um e-mail, dando um feedback, e você me ligou pessoalmente, eu achei isso sensacional. É muito legal ver a Freelaw crescendo esse tanto.

Gabriel – Eu lembro muito daquela conversa Mônica, que você perguntou se a gente tinha Instagram, bem no início, ainda não tínhamos nenhuma estratégia no Instagram, mas eu já te via como referência na área.

Monika – Eu acho muito legal, eu sou uma pessoa que gosta de dar feedbacks, com a vontade de ajudar. Eu lembro que quando você me ligou pessoalmente, conversamos bastante, e aí eu desliguei e falei “cara, esse é um empreendedor que quer fazer as coisas virarem mesmo”. Então é muito legal acompanhar a Freelaw desde o comecinho, até agora.

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Jornada e carreira

Gabriel – Obrigado Monika. Me conta um pouquinho mais da sua história. Como você começou no direito? Porque você fez direito? Você gostava de brigar quando era criança, como era?

Monika – Eu sempre gostei de me comunicar, sempre fui nerd, sempre gostei de história, de ler. Então acabei indo pro direito.

Eu estava em Mato Grosso, lá a gente tinha a federal e algumas faculdades públicas , poucas particulares, não eram muitos cursos.

Fiz direito, gostava de estudar, gostava das matérias, gostava de entender os meus direitos, mas não rolava aquela sinergia, sabe, de encontro de almas.

Por causa do mercado, porque era muito tradicional. E eu sempre fui uma pessoa que não gostei muito do tradicional. Uma pequena inconformada digamos assim.

Me formei na federal, e fui fazer outra coisa. Empreender, fiquei um tempo ali com e-commerce no Mato Grosso. Super insatisfeita com esse mercado jurídico.

Tive um insight na minha vida, o meu pai é da área de tecnologia, então isso para mim é sempre muito natural. Eu estudei logo com 10 anos de idade, em 1997.

Hoje é muito legal falar isso “nossa, estudei logo quando eu era criança!”.

Logo é uma linguagem de programação. Na época era um pouco difícil pra mim, mas meu pai é da área de tecnologia então sempre falava muito sobre Ray Kurzweil, futurismo, inteligência artificial. Para mim sempre foi muito natural.

Então chegou em um determinado momento que eu falei: “Olha, eu não estou conseguindo me encontrar no direito, quero utilizar o meu conhecimento”.

Vim para São Paulo, deixei tudo pra trás e to aí desde o final de 2013 buscando, aprendendo, e atuando com startups.

Estou nessa área antes de existir esse direito para startups, estou eu tentando entender a cabeça desse pessoal.

Gabriel – Poxa, que legal. E conta um pouquinho mais desse e-commerce de você, era sobre o que?

Monika – Então, eu tinha um e-commerce de makes, maquiagem. Eu gostava disso, enfim.

Foi um desvio de percurso, porque eu gostava, foi algo que eu consegui fazer, e eu conseguia vender bem para as pessoas, conseguia instruir as pessoas em relação a isso.

Mas era um desvio de percurso, tipo “ah, eu preciso fazer alguma coisa, não estou me encontrando no mercado tradicional do direito”. Fiquei um pouco desgostosa.

Eu acho interessante porque todo mundo que eu converso que está nessa área de tecnologia, de inovação, teve esse desvio de falar que não estava encaixando no mercado tradicional do direito. A gente acabou se encontrando aqui nesse mundo de inovação.

Gabriel – Poxa, que legal, que bacana ter um pai que estava realmente envolvido em tecnologia. Isso é muito raro de ver acontecendo, e você aprendendo tão cedo a programar.

Eu tenho algumas perguntas que estão me deixando um pouco curioso. Porque eu estou vendo que na sua trajetória você sempre buscava conhecimentos fora do direito.

Você foi pro e-commerce, você também estudou outras coisas, tinha o contato com o seu pai ali, aprendeu a programar.

O quanto isso é importante para você hoje como advogada?

Você sempre viu valor nisso?

Isso realmente faz diferença hoje para você advogar ou não?

Monika – Aprender a programar é um pouco audacioso. Se meu pai ouvir esse podcast e eu falando que aprendi a programar ele vai dar um pouco de risada.

Então, para mim, agora que as coisas começaram a fazer sentido. Porque meu pai, nos churrascos de domingo, começava a falar de Ray Kurzweil, um cara que fala sobre a singularidade do homem. E eu, que tinha o que, 13, 14 anos falava “oi??”.

Esse tipo de conhecimento que para mim é muito natural, hoje faz sentido. Porque eu consigo entender o empreendedor.

O que pega muito na assessoria jurídica para essa parte que alguns advogados tem dificuldade, é entender a cabeça desse cara. Entender como as coisas funcionam.

Então eu sempre fui muito nerd, sempre tive blog, fazia meus blogs no front page, sempre usei redes sociais, sempre fui heavy user de internet.

Esse tipo de conhecimento para mim, até de ter o e-commerce. Enfim, isso m ajuda a utilizar essas ferramentas na minha advocacia.

Então fazer uma call por aplicativo, que para mim é super natural, para algumas pessoas que trabalham com isso também. Mas para algumas pessoas do universo jurídico ainda é muito tabu.

Esse tipo de conhecimento que eu busquei parece que não faz sentido quando eu vejo a minha história, eu lembro e falo “nossa, eu vou estudar logo.”

Logo é um início de programaçãozinha de linguagem, que você fica falando assim: vai para a direita, 90 graus, vai para a esquerda e uma tartaruguinha faz um desenho X.

Foi algo que eu falei “nossa, mas eu nunca vou usar isso, eu não quero trabalhar com isso”.

Hoje de alguma forma, me ajuda com o raciocínio lógico. Quando você vai falar com um programador, esse tipo de conhecimento multidisciplinar ajuda na hora de você compreender a pessoa, e compreender o mercado, como o mercado funciona.

Gabriel – Sim. Mônica, tem duas questões que eu acho muito interessante da sua história.

Primeiro esse perfil bem diferente do advogado padrão. Geralmente o advogado, na verdade, usa muito pouco a tecnologia no dia a dia né. E quando eu converso muito com alguns profissionais, eles falam que têm muita dificuldade em realmente estudar essas questões, etc.

Como você acha que alguém pode começar a aprender a fazer isso? Você acha que realmente é necessário que um advogado saiba fazer o próprio blog ou não?

E a segunda pergunta que eu tenho pra você, é porque você estava no Mato Grosso, e foi para São Paulo.

Escutando esse podcast, tem muitos advogados que trabalham no interior, e eles dizem que muitas vezes as oportunidades não são as mesmas de cidades grandes.

Por mais que Mato Grosso tenha uma expressão grande, talvez não tantas oportunidades como São Paulo.

Como você faz esse paralelo?

Monika – Bom, vou começar respondendo sobre o Mato Grosso.

Realmente, quando eu saí de lá, no começo de 2013, não tinha nada, absolutamente nada sobre startups,

Esse papo de empreendedorismo estava começando a ganhar mais visibilidade. Em São Paulo eu realmente encontrei.

Então passei um ano indo para eventos de empreendedorismo, eventos de empreendedores, conversando com esse pessoal. Me envolvi com linha de empreendedorismo da PUC.

Lá conheci muita gente boa, muita gente com quem eu pude trocar e entender essa nova mentalidade, porque antes não se falava tanto.

Mas realmente eu vejo que a mentalidade aqui, a pegada daqui é um pouco diferente.

As pessoas que me procuram, que são do interior, que querem entender isso, eu falo: consome material.

Você vai começar com um material ruim, depois você vai depurando isso. Consome material de empreendedorismo, consome material de startups, e estuda direito empresarial, direito digital, que é um bom caminho.

Eu acho que São Paulo é um lugar que te dá mil oportunidades, isso é fato, é inegável.

Eu estou aqui hoje, e se eu olhar na internet eu encontro um evento sobre blockchain, com certeza rolando em algum lugar da cidade.

Isso é uma coisa que só São Paulo tem, eu acredito, talvez no Rio de Janeiro. Mas eu não acho que isso é um impeditivo, para a pessoa não trabalhar nessa área, não fazer nada em relação a essa área e deixar as coisas de lado.

Se você começar a consumir material pela internet, podcasts, vlogs, é uma boa maneira de você conseguir resolver um pouco desse problema.

Advocacia e programação

Em relação a tecnologia, eu realmente acho que não é importante que o advogado saiba programar, até porque eu não sei programar.

Mas eu tenho na minha bio do Instagram “tentando aprender python” desde quando eu comecei.

Eu não acho que é fundamental a pessoa saber programar ou fazer um blog, mas eu acho importante que ela tenha uma noção do que está acontecendo.

Quando você começa a estudar programação, talvez consiga conversar melhor com o profissional.

Não entender propriamente, mas a troca com o programador fica mais clara.

Então eu acho que isso é importante para o advogado. Saber usar as redes, saber se posicionar, saber se o blog de repente não está tão legal, se preocupar com a usabilidade do blog, se o blog está acessível ou não está.

Eu acho que o advogado não precisa saber fazer. De qualquer forma somos advogados também.

Se formos tentar abarcar todas as tecnologias que existem vamos acabar sendo especialista em nada.

Mas eu acredito piamente que a gente tem que pelo menos ter uma noção do que está ali acontecendo.

Gabriel: Eu concordo muito com esse seu ponto de vista. Acho que hoje o mínimo que é necessário é que a gente busque outras habilidades.

Já citamos esse conceito em outros episódios, e provavelmente vamos repeti-lo novamente.

O conceito do “T Shaped Skill”, que é o conceito em formato de T: o advogado além de ser especialista em direito tributário, em direito processual civil, ele cada vez mais é exigido, para que ele também se especialize em outras áreas. Ainda que ele conheça de forma superficial.

Por exemplo, como fazer um blog, como manter um blog, como fazer algo de marketing. É cada vez mais exigido.

Só que sempre que a gente fala isso com outros advogados, eles falam : “Ah, Gabriel, mas como é que eu vou fazer isso com a correria do meu dia a dia”.

E eu queria muito saber como você faz, porque o seu marketing é muito forte. Você é uma das referências nisso, o seu Instagram é otimo.

E eu queria saber como você enacara esse desafio de conciliar tudo.

Monika: Então, eu até comentei isso com uma amiga outro dia, que estava me perguntando justamente sobre isso.

Como conciliar rotina de trabalho exaustiva do advogado com redes sociais.

Monika: O meu Instagram, na verdade, é mais documental. Então eu documento ali as coisas que eu estudo, as coisas que eu leio, as coisas que eu faço.

Eu acho que eu não sou uma instablogger tão disciplinada, eu tento postar ali “olha, eu sou advogada, mas estou estudando, mas estou fazendo curso de expressão. Sou advogada, mas estou fazendo um curso de futurismo”.

Eu tento documentar para as pessoas, querendo dizer que não existe essa mística que todo mundo coloca.

Startups são empresas e eu estou me desenvolvendo dessa forma para chegar aonde eu quero.

A questão do marketing, para mim, é sempre uma coisa muito delicada, porque eu tenho muito zelo pela mensagem que estou passando para as pessoas. Me preocupo muito com a qualidade do conteúdo, sempre nas coisas que eu posto busco referências.

Não faço posts sem checar informações, isso é uma coisa importante pro advogado hoje.

A gente vê muita gente que posta ou fala as coisas sem checar as informações. Nós, principalmente advogados, temos que nos preocupar com isso. Com a veracidade do material publicado.

Se você precisa fazer marketing, e não tem tempo por causa dessa correria, pense em documentar.

Porque é isso que eu faço. Eu documento falando: olha, estou fazendo tal curso, estou lendo tal livro, hoje aconteceu tal coisa com tal cliente.

Eu acho que documentar é uma coisa que vai ser natural, que é mais rápido de produzir, e que com certeza vai gerar um ponto de identificação entre você e o público.

Porque as pessoas vão ver “nossa, olha, ele ta fazendo!”

Então quando eu comecei por exemplo, eu sou muito tímida, então eu não conseguia fazer stories, e eu falava “gente, eu to aqui, tímida, mas to aqui fazendo esses stories”, e tal.

Outro dia eu postei e falei “olha, eu to fazendo curso de novo, para conseguir falar de uma forma melhor, o que vocês estão achando?”

E aí as pessoas naturalmente engajam com você e se identificam com você.

Eu acho que o advogado precisa sair um pouco desse pedestal, e de repente mostrar o dia a dia mesmo como ele é.

Gabriel: É claro que dá um trabalho muito grande, mas parece que você implementou isso na rotina do seu dia a dia. Com isso diminui bastante o desafio.

Você já contratou alguma empresa para ajudar vocês? ou você faz tudo realmente sozinha?

E por que não contratar? Você aconselharia alguém a, por exemplo, contratar uma agência?

Monika: Olha, eu tentei contratar uma empresa, e não funcionou bem, porque na verdade aquele conteúdo é muito íntimo, é muito eu.

Então, por mais que fizessem alguns textos sobre startups, o meu ponto de vista não estava ali. Eu acabava refazendo o trabalho de escrever. Enfim, durou um mês.

Eu não sei, depende muito do que você se propõe a fazer. Se você vai fazer um Instagram para o seu escritório, que é uma coisa institucional, é mais fria, de repente faz mais sentido.

Agora, no meu instagram eu sou a Monika. Então eu falo, eu gaguejo em alguns stories, eu falo “puts, sou tímida, não consigo fazer.” Para mim é importante ter alguma coisa muito pessoal ali do advogado.

Eu tenho o meu Instagram profissional e meu Instagram pessoal. Isso eu divido, porque dentro da minha estratégia, dentro do que eu acredito, não faz muito sentido eu postar coisas muito íntimas ali. Do meu ambiente familiar, etc.

Mas o seu Instagram tem que ter um toque muito pessoal, ainda que seja profissional, ainda que você tenha que manter uma postura, tenha que tomar cuidado com o que você fala. É importante que você coloque sua impressão digital.

Então se você for falar de empresas especificamente talvez seja proveitoso contratar uma empresa.

Mas para mim, para fazer o meu marketing : Monika, Advogando para Startups.

Não deu certo, tentei um mês e não rolou.

Mas se você tiver um escritório e for algo institucional, eu acho que aí vale a pena.

Gabriel: Você falou muitas vezes que você hoje advoga para startups. Aqui no nosso podcast, tem vários advogados que estão querendo advogar para startups.

Como é o caso da própria Lorena, que foi entrevistada também na semana passada.

Só que a gente também tem muitos advogados que não advogam para startups, que são os advogados de escritório, que advogam para direito do trabalho, direito civil, áreas geralmente mais tradicionais do direito.

E muitas dúvidas que eles relatam para a gente é: Como esse conhecimento de startup também pode ser útil para eles?

Porque para o advogado de startup, é claro que quanto mais ele entende de programação, mais ele entende do cliente dele.

Mas o quanto esse conhecimento todo que a gente está conversando, também é valido para quem não está nesse ecossistema? Qual sua opinião sobre isso?

Advogando para startups

Monika: Olha só, quando a gente fala de startups, eu vejo na verdade… direito para startups é um direito empresarial do futuro, digamos assim.

Por que? O que muda basicamente nas startups é o ritmo, a forma inovadora de gestão.

Agora, se você tem um escritório de direito do trabalho, direito tributário, como esse conhecimento desse mercado vai te ajudar?

Você vai entender o seu cliente. A gente está falando aqui, em 2019, que tem as startups e tem o mercado tradicional.

Para mim, a tendência é que o mercado tradicional se aproximem cada vez mais desse ritmo, dessa pegada, desse modelo de negócios, modelo de gestão das startups.

Então a gente fala de empresas cada vez mais. Vou usar o exemplo do direito do trabalho, por exemplo, empresas cada vez cultivando mais essa questão da cultura da empresa.

Isso impacta de forma muito significativa o direito do trabalho. O advogado, aliás, vou ampliar, não é nem o advogado, acho que todo profissional tem que se preocupar em entender a dinâmica das coisas hoje em dia.

Então como é muito mais importante, você ter uma cultura muito forte na sua empresa, do que uma política de salários extremamente rígida no seu modelo de gestão.

Eu não sei se eu respondi mas, para mim, o advogado dessas áreas tradicionais vai ter que se adequar, porque a gente está falando de como vão funcionar as coisas lá no futuro.

Também tem a questão de precisar entender como as coisas estão funcionando agora. Se você não entender o seu cliente, vai acabar ficando de fora do mercado.

Gabriel: Acho que ficou bem claro o seu ponto de vista. E tem um outro lado, que só se a gente pegar o exemplo da Lorena, e de outros advogados de startups que estão estudando questões  relativas ao dia a dia do cliente.

Seja programação, seja algo que eles vivem na prática. Para que eles consigam se comunicar de forma efetiva com esses clientes, da mesma forma um advogado as vezes que trabalha para uma empresa de engenharia, tem que entender alguma coisa de construção civil para que ele comunique de uma forma mais adequada com o cliente.

As vezes se a gente entende melhor a jornada do cliente e a linguagem dele no dia a dia, a gente consegue fidelizar ele mais.

Acho que talvez essa é uma mensagem importante que fica. Sem contar que as novas tecnologias estão impactando todos os ramos de empresas.

Eu gostei muito da frase que você disse, de que hoje as empresas tradicionais estão se aproximando cada vez mais da startup, com essa cultura, esse ambiente mais focado na cultura e menos focada em salários.

Monika: Sim. Para mim é notório. Todas as empresas já estão criando programas de aceleração, estão tentando entender como essas novas empresas funcionam, porque tem dado certo.

Então a gente precisa, mesmo se você não seja advogado especialista em startup, você precisa entender o que essas pessoas estão fazendo.

Gabriel: Eu queria entender um pouquinho mais. Quais são os desafios que você vive hoje? Quais os problemas você tem na advocacia? O que você está pensando do futuro? Qual sua visão para esse ano e para os próximos 5 anos?

Monika: Os meus desafios na advogando para startups a são os mesmos de todos. Eu tive uma formação técnica no direito e ficou faltando ali alguma coisa.

Então nesse primeiro semestre de 2019, desde o final do ano passado, eu tenho investido muito em soft skills: habilidade de comunicação, habilidade de negociação, vendas. Esse tem sido meu desafio, me desenvolver em outras áreas.

Eu acho que é importante passar essa mensagem para quem está saindo agora da faculdade e para quem está estudando ainda.

O impacto que estudar novas habilidades, soft skills, que são aqueles skills mais ligados a características inerentes ao ser humano, tem causado e sido importante para o desenvolvimento da minha carteira.

Para o futuro o que eu quero é ver muito mais mulheres atuando nessa área.

Ver mais gente atuando. E ver que os advogados estão com uma mentalidade diferente, uma mentalidade mais colaborativa.

Criar um ecossistema de advogados querendo quebrar esse tradicionalismo extremo que afasta tanta gente dessa profissão, que é maravilhosa. Eu sou muito apaixonada pelo que eu faço.

Gabriel: Muito bom quando a gente vê alguém que gosta do que faz. E é sempre muito bom ver advogados falando em colaboração.

A gente escutou isso aqui em alguns episódios repetidamente, e eu espero muito que nos próximos episódios os advogados que vierem compartilhar suas experiências também falem dessa palavra, “colaboração”. A palavra do século. Nós precisamos disso.

Quanto mais os advogados se ajudam, mais a gente cresce como profissionais, e mais a gente consegue cumprir o fim social do advogado, que é garantir o acesso à justiça para as pessoas, de uma forma mais eficiente.

E só um adendo, dos soft skills, que a Monika explicou muito bem. Basicamente ele está muito relacionado com aquela questão que a gente falou antes, do “T Shaped Skill”.

Muitas vezes a gente tem o nosso hard skill, que é aquele conhecimento técnico. Então o direito empresarial, o direito societário, o direito civil, o direito trabalhista.

Só que além desse hard skill a gente tem vários outros soft skills, que são as habilidades de comunicação, de relacionamento, de gestão, de liderança. Elas estão cada vez mais sendo exigidas no mercado.

Tem muitas empresas, fora do direito principalmente, que estão contratando mais pessoas pelos soft skills do que necessariamente pela habilidade técnica.

Então é algo que está cada vez mais em voga.

Monika, eu queria saber, você usa alguma tecnologia no dia a dia? Você tem alguma ferramenta para indicar para os advogados?

Monika: Eu uso as ferramentas básicas, como Google Agenda, salas de reuniões online, a Zoom ou Appear.in.

Uso também uma plataforma de contratos que é a Lexio, que me permite fazer mais contratos em menos tempo.

Atualmente não tenho software de gestão, mas utilizo sempre os meios online, então o WhatsApp, a minha própria rede social, eu estou muito ligada ali no LinkedIn também, acompanhando os colegas.

Eu acho que é o kit básico. É importante que o advogado esteja ligado nessas novas tecnologias.

Gabriel: Eu queria que você contasse um pouquinho mais da Lexio. A Lexio, eles inclusive são parceiros nossos.

Eles são uma legal tech de São Paulo. As outras ferramentas já foram citadas no último podcast, agendas, salas de reunião online etc.

Mas acho que quando você diz de fazer contratos de uma forma inteligente, isso desperta a curiosidade de muitas pessoas.

Como funciona a Lexio?

Monika: A Lexio eu acompanho desde o comecinho. Eu estudei com o desenvolvedor de produtos deles.

É como se fosse um questionário, um formulário, que você vai preenchendo com os dados do contrato. No final você clica em “gerar contrato, finalizar.

Ele gera o contrato prontinho ali, um contrato bom, um contrato muito tecnicamente correto, apurado, e as alterações que eu faço geralmente são poucas.

Porque afinal, eu posso ser inovadora de startups, mas eu ainda sou advogada, eu vou querer meter o meu bedelho.

São 45 modelos. Eles reduzem muito o tempo de criação de contratos complexos.

Como um contrato social, um acordo de cotistas. Reduzem bastante e permitem que você faça um contrato de uma forma mais célere e tenha mais tempo até para gerenciar minhas mídias sociais.

É uma plataforma que eu vi várias versões deles. Foi muito legal acompanhar o desenvolvimento deles, a criação deles.

E as perguntas também guiam até o seu raciocínio jurídico, te ajuda nisso. É uma plataforma excelente.

Gabriel: Estou gostando muito da conversa com você. Acho que já deu pra gente tirar muitos insights, mas o nosso tempo já está estourando.

Eu queria saber se você tem algumas mensagens finais para os advogados aqui que estão nos escutando.

Para colega que está também nesse desafio de buscar uma advocacia mais inovadora. E também para aquele advogado que está lá no meio de um escritório e que não é nem um pouco inovador.

O que você tem de conselho para essas pessoas, o que elas podem fazer de diferente hoje?

Monika: Olha, para quem está querendo entrar nessa área, foca mais em aprender inovação no sentido amplo, entender essas empresas no sentido amplo.

Frequentem happy hour, meet ups. Enfim, frequentem eventos e conversem com várias pessoas.

Só de você conversar e estar no meio você começa a ter alguns insights que vão mudar sua forma de enxergar o direito.

E você associando esses insights que você capta nesses ambientes com o seu conhecimento jurídico, você já vai ter uma noção belíssima do que é ser inovador ou inovar na advocacia.

Então desprenda um pouco desse formalismo, se agarre ao conhecimento técnico, desprenda o formalismo e frequente esses ambientes.

Acho que é uma fórmula mágica, você vai ver que os insights vão vir muito mais naturalmente, e as coisas vão fluir muito melhor.

E se você está em um escritório muito tradicional e está pensando em como mudar. Eu acredito que talvez essa pessoa, esse pequeno rebelde em um escritório tradicional, pode começar a tentar mudar em pequenas atitudes, porque isso mostra resultado.

Quando você tem uma pessoa que está engajada, que quer ver a melhora do escritório, de repente pode ser um caminho. Se não for possível, é interessante que você busque a sua própria jornada, advogando para startups você mesmo.

Gabriel – É legal quando você fala de eventos. A gente também na Freelaw ficou muito impactado pelos eventos que frequentamos. Com o network e com as pessoas que conhecemos.

Uma coisa que fez muita diferença pra gente foi frequentar eventos fora do direito. Muitas vezes é bom ir e realmente ver os empreendedores raiz mesmo, quem estão lá com empresas de tecnologia há mais tempo. O que eles estão falando o que eles estão fazendo.

Para gente foi uma experiência muito boa. Uma questão, quando a gente fala das pessoas que estão dentro do escritório, me lembro de um texto que a gente fez sobre o papel do advogado recém formado dentro de um escritório de advocacia.

Muitas vezes o advogado recém formado é um refém, porque ele não tem tanto espaço para inovar, para falar de inovação. Mas as vezes essa é também uma oportunidade.

Porque se ele começa a mostrar que a inovação vai dar resultado para o escritório, pode ser promovido muito mais rápido.

E na pior das hipóteses, se ele estiver propondo várias ideias e o escritório não esteja realmente escutando esse profissional, talvez ele já tenha um forte indicador de que ele deve sair desse escritório e buscar uma oportunidade onde pode realmente ser valorizado.

Esse é um artigo muito legal que a gente tem lá no nosso blog, se vocês quiserem acessar depois.

Você tem mais algum recado final? Eu esclareci minhas dúvidase aprendi muito.

Tenho certeza que todos os advogados que nos escutaram também, mas ainda espero que tenha um recado final pra gente anotar mais insights dessa conversa.

Monika – Eu queria agradecer o convite, foi muito legal conversar e falar de forma bem franca, sobre a minha visão do mercado.

Queria convidar todo mundo a interagir comigo lá no Instagram, Advogando para startups .

Se vierem para São Paulo marquem um café comigo. Tenho tentado marcar um café com o pessoal.

A última pessoa que foi marcar um café comigo eu apresentei para todos os meus amigos.

Enfim, a gente foi para um evento de tecnologia. Eu sou assim, eu acredito muito nesse poder colaborativo.

E é isso, se ajudem!

O pessoal que tá trabalhando com inovação, a gente precisa se ajudar, e colaborar, mudar realmente o paradigma dessa advocacia tradicional e extremamente competitiva. É isso.

Gabriel – Assino embaixo o que você disse, espero que surja um café, e se surgir, marquem a Freelaw com a foto do café!

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