A diferença entre advogado júnior, advogado pleno e advogado sênior está no tempo de atuação e experiência de cada um, bem como no nível de hierarquia: um advogado em nível sênior possui, em tese, mais tempo de carreira e mais experiência do que o advogado júnior, que está ingressando no mercado
O advogado júnior é um dos componentes da estrutura organizacional dos escritórios de advocacia. Escritórios de advocacia bem estruturados e inovadores, inclusive, sabem como melhor utilizar as habilidades e capacidades do advogado sênior, do advogado pleno, do advogado júnior, do advogado master e do estagiário de direito.
O que significa cada um desses termos? Como é exatamente a estrutura organizacional dos escritórios de advocacia? Quais os problemas relacionados? Como é a estrutura organizacional de empresas inovadoras fora do direito? O que podemos aprender com essas empresas? Qual o papel e a importância do advogado júnior no escritório?
Todas essas perguntas serão respondidas no decorrer desse texto, então acompanhe até o final.
Diferença entre advogado júnior, pleno e sênior
A diferença entre advogado júnior, advogado pleno e advogado sênior está no tempo de atuação e experiência de cada um, bem como no nível de hierarquia: um advogado em nível sênior possui, em tese, mais tempo de carreira e mais experiência do que o advogado júnior, que está ingressando no mercado. Os conceitos são mais utilizados para vagas de emprego do que na prática em si.
Embora não haja uma regra definida de tempo de carreira para categorizar cada nível, um profissional júnior tem em média até 4 anos de carreira, enquanto o pleno varia entre 4 a 10 anos e o sênior, mais de 10 anos.
Considerando essa distribuição, como está a estrutura do seu escritório atualmente?
Estrutura dos escritórios de advocacia:
Advogado júnior, advogado pleno, advogado sênior e estagiário de direito
As etapas da carreira de alguém no direito em um grande escritório de advocacia são muito bem definidas.
O profissional inicia como estagiário, em seguida quando se graduar pode se tornar um advogado júnior – lembrando que o advogado júnior já precisa de OAB. Depois de anos de experiência, o advogado pode se tornar um advogado pleno.
Os advogados ainda mais experientes poderão se tornar advogados seniores e o topo da pirâmide finaliza com o advogado se tornando sócio do escritório.
Alguns escritórios possuem ainda a denominação de advogado “master”, outros possuem advogados pleno I e pleno ll, mas, em geral, as estruturas são bem parecidas.
Por isso, analisaremos cada uma dessas funções.
Estagiário de Direito
O estagiário de direito é a base dessa pirâmide. Em alguns escritórios essa função é deturpada e o estagiário é utilizado apenas para funções administrativas e operacionais.
É comum que os estagiários sejam responsáveis pelo cumprimento de petições de juntada de documentos, ou petições de menores complexidade e também pelo cumprimento de diligências e acompanhamento de processos nos tribunais.
Os escritórios que realmente investem na capacitação dos estagiários incentivam ao máximo a produção jurídica e intelectual do estudante. Nesse tipo de situação, é comum que estagiários possam ter rotinas semelhantes com a de advogados, com muita execução de trabalho jurídico, por vezes, com menor supervisão do que deveria.
Advogado Júnior
O próximo caminho na pirâmide organizacional de um escritório acontece por meio da aprovação na OAB.
Depois que o estudante de direito consegue sua carteira da ordem, ele será um postulante a vaga de advogado júnior. Um profissional com, geralmente, 01 a 04 anos de experiência profissional.
Nesse caso, é esperado que os advogados já recebam os seus primeiros clientes e executem demandas com uma supervisão ainda menor.
No caso de advocacia de volume, os advogados juniores são responsáveis pela elaboração de petições jurídicas em massa, em uma atividade extremamente repetitiva.
Uma estrutura organizacional com centenas de advogados juniores é uma das estratégias mais utilizadas para o crescimento de grandes escritórios de advocacia.
Advogado Pleno
Por anos de experiência, não necessariamente por mérito, um advogado se torna advogado pleno.
Trata-se de um profissional com cerca de 04 a 09 anos de experiência profissional.
Em muitos escritórios o caminho de advogado júnior e pleno não é tão claro assim e é pouco meritocrático. Por isso, não são raros os casos de advogados juniores que entregam serviços com mais qualidade do que advogados plenos.
Apesar disso, geralmente, os advogados plenos são mais qualificados, experientes e possuem mais responsabilidades, atuando em casos mais complexos.
Alguns escritórios exigem algum tipo de pós-graduação para que os profissionais se tornem advogados plenos.
Advogado Sênior
O advogado sênior é um profissional com mais de 10 anos de experiência, que possui autonomia para tomar decisões e executa demandas com alta complexidade.
Da mesma forma que acontece com os advogados plenos, geralmente, o caminho para se tornar advogado sênior não é tão claro assim e nem sempre o mais meritocrático.
Sócio
O sócio do escritório, em regra, cuida de questões de gestão interna, relacionamentos, captação de clientes e participa na elaboração de estratégias jurídicas.
A execução de serviços jurídicos, em geral, se dá em menor volume do que os advogados seniores.
O caminho para que um advogado se torne sócio de um escritório é o mais nebuloso de todos.
Geralmente exige uma avaliação subjetiva dos demais sócios, entrega de muitos resultados e captação de clientes importantes.
O problema da estrutura dos escritórios
Em uma breve análise de cada um dos cargos de um escritório de advocacia, é possível perceber vários dos problemas que ocorrem com frequência.
A falta de clareza quanto à progressão de carreira e os próprios critérios para que essa progressão ocorra desmotiva muitos advogados. Por isso, é cada vez mais raro que um estagiário se torne sócio em um escritório.
Os advogados, principalmente os millenials, “the burnout generation”, com idades entre 22-37 anos, se sentem extremamente incomodados com a estrutura rígida, a pouca flexibilidade e o ambiente de alta pressão a que são submetidos.
Por isso, aumenta-se o número de rotatividade nos escritórios e, como consequência, a retenção de talentos se torna cada vez mais difícil.
Essa regra, entretanto, já apresenta suas exceções.
O escritório Batista Luz Advogados, por exemplo, propõe uma estrutura mais horizontal, com um espaço de trabalho para advogados semelhante ao de startups.
Inspirado em exemplos como esse, é comum que advogados experientes se unam e criem novos formatos de escritórios de advocacia.
Um caso bem sucedido é do escritório Freitas Ferraz. Fundado em 2016, por advogados e estagiários oriundos das melhores bancas de advocacias do país, propõe uma nova abordagem para o mercado.
Percebe-se, portanto, que o modelo antigo da estrutura organizacional dos escritórios apresenta diversos sinais de que sucumbirá. Alguns poucos escritórios inovadores já estão buscando alternativas e saindo na frente dessa disputa.
Confira a aula sobre gestão de escritórios de advocacia, parte do curso online da Freelaw:
Os advogados que quiserem fazer o mesmo podem seguir esses exemplos e também se espelhar em empresas inovadoras fora do direito. Vale a pena também buscar inspiração no Livro, Tomorrow’s Lawyers, de Richard Susskind.
Estrutura de empresas inovadoras fora do direito
Existe uma vasta literatura que relata casos de inovação fora do direito. Estão na moda vários termos, como “gestão ágil”, “crescimento exponencial”, “métodos lean”, “design thinking”…
Na prática, as empresas de maior sucesso são cada vez mais organizadas de forma horizontal e desenvolvem formas de valorizar as pessoas e a multidisciplinaridade.
Então, para te ajudar a entender melhor sobre o assunto e a saber como levar essa inovação para o seu escritório, nós desenvolvemos um e-book 100% gratuito sobre Gestão Ágil para Advogados.
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